domingo, 4 de dezembro de 2011

E se o Campeonato Brasileiro fosse igual à Educação Brasileira, imagine só o que seria?

Matéria muito importante, que desmascara a real necessidade dentro da Educação Brasileira, será mesmo as verbas destinadas à ela?, se pensou isso então leia este importante tópico.

Pensemos na seguinte situação, a presidenta Dilma baixa um decreto que diz que a partir de hoje, o Campeonato Brasileiro será gerido igual ao funcionalismo público.

O que isso significa? Todo jogador ou membro da comissão técnica do Brasileirão terá uma remuneração definida apenas pela sua posição no campo e por quanto tempo joga no campeonato brasileiro, independente do talento ou contribuição para o time, Neymar e Marrentinho Carioca terão o mesmo salário.

Se o jogador/técnicoestá há mais de 3 anos jogando no campeonato,ele nunca poderá ser demitido pelo presidente do time. O jogador somente sairá quando ele próprio decidir que deve se aposentar, e caso se aposente, ele terá seu salário reduzido.

O que será que teremos caso deixemos o futebol brasileiro com essa regra por 20 anos?

Uma brutal queda no nível do futebol brasileiro, que nunca mais ganhará um título no futebol internacional porque estarão todos fora de forma e completamente desmotivados a jogar e treinar.

E se um torcedor dissesse que esse sistema é um absurdo, que cada jogador deve ter uma remuneração diferenciada, que eles devem poder ser multados e até dispensados, caso não atinjam suas metas e cometam transgressões?

O sindicato dos jogadores diria que essa proposta é a mercantilização do futebol e  acusaria quem propôs tal reforma de  ser um capitalista selvagem. Afirmaria que todos os jogadores e membros da comissão se esforçam ao máximo sempre, porque todos jogam pelo amor ao futebol, e que o motivo do baixo nível do campeonato brasileiro é que temos poucos gastos em novos centros de treinamento, novos estádios e o salário dos jogadores está baixo.

Conforme podemos ver, mesmo tendo os melhores talentos do mundo, os incentivos errados podem destruir todo um sistema seja ele futibolistico ou educacional. Isso é o que acontece com a educação brasileira atualmente.O que temos é um cenário aonde não há concorrência, não há incentivos para buscar um resultado superior.

Conheçamos agora o caso de sucesso da Nova Zelândia.Lá o sistema público de ensino básico era considerado por eles como mal sucedido, uma representativa parte dos alunos dessas escolas, principalmente aquelas emáreas mais pobres não conseguiam atingir um desempenho satisfatório. Durante os últimos 20 anos a Nova Zelândia colocou mais e mais dinheiro na educação, mas os resultados dos testes apenas ficaram pior do que eram há 20 anos.

Depois de contratar uma consultoria internacional, foi identificado que 70% dos recursos da educação, eram gastos com questões administrativas, e não com a educação em si.

No Brasil o que temos é algo semelhante.Não temos qual a proporção de gastos administrativos, mas sabemos que no ensino público temos 4 milhões defuncionários, e apenas 1,6 milhões de professores, ou seja, para cada professor temos 3 funcionários administrativos. Nos países desenvolvidos temos 1 funcionário para cada 2 professores.

Voltando para a Nova Zelândia, após ver que 70% dos gastos com educação eram administrativos, o governo decidiu demitir TODOS os funcionários do Ministério da Educação(MEC). A partir de então, cada escola seria gerida por um conselho eleito pelos pais dos alunos da escola.

 
O mais importante também foi feito, o financiamento da educação também mudou. O governo decidiu pagar a cada escola um valor fixo por aluno matriculado, o chamado sistema de vouchers. Junto a isso, tal financiamento foi estendido também a iniciativa privada, que também receberiam um valor fixo por aluno, exatamente da mesma forma que a escola privada.

Também foi explicado aos pais que eles tinham total liberdade para mudar seus filhos de escola, caso não estivessem contentes com o desempenho da escola. Assim caso uma escola não realize um bom trabalho, os pais mudariam seus filhos daquela escola, que por sua vez por perder a sua verba, e iria ter que demitir ou reduzir salários dos professores.

Lá o Professor não tem a estabilidade que temos aqui. Ele pode ser demitido normalmente caso o Gestor Eleito da escola decida que ele deve ser.

O sistema público da Nova Zelândia não tinha um abismo de desempenho tão grande para o sistema privado como há no Brasil, lá essa diferença era de apenas 15%. Mas mesmo assim o que tivemos foi essa diferença desaparecendo em apenas 18 a 24 meses.

Porque isso aconteceu? Porque foram dados os incentivos corretos.  Todos os professores das Escolas Públicas perceberam que caso os seus alunos não tivessem um bom desempenho, os pais mudariam os alunos de escola, com isso a escola perderia sua verba, e sem verba, os professores perderiam seus empregos.

Assim todas as escolas passaram a estar num ambiente de competição, inclusive com o setor privado.

Essa competição é o que explica porque as escolas privadas tem um resultado bem melhor que as públicas. Uma escola particular sempre está inserida em um ambiente competitivo. Se uma Escola particular não der bons resultados, ela simplesmente vai a falência. O que é preciso fazer é criar esse meio ambiente nas escolas públicas.

Sistemas baseados em Vouchers foram implantados também na Suécia, Holanda e no Chile, todos com sucesso.

Mas porque não é feito algo parecido no Brasil? Bom, é uma questão de grupos de interesse. Lembra-se do Sindicato dos Jogadores de Futebol do início do artigo? Os profissionais da educação são um grupo demais de 4 milhões de funcionários/eleitores, a quarta maior categoria profissional do Brasil, atrás apenas dos agricultores, vendedores e domésticas.Ao contrário destas três, ele é extremamente sindicalizada e organizada. Que político teria coragem de propor algum tipo de reforma que vá contra os interesses de uma classe tão numerosa?

Vamos agora a alguns dados reais do Brasil.

Cada aluno nas séries iniciais do ensino fundamental (1° ao 6° ano) custou R$ 2.761 por estudante ao ano aos cofres do governo em 2008.

 
O Jornal O Estado CE, realizou pesquisa sobre o custo das mensalidades nos colégios fortalezenses, fez a pesquisa com sete dos maiores colégios particulares de Fortaleza, que arrisco a dizer que esses colégios conquistam 90% das vagas nas melhores universidades da cidade.

No caso do primeiro ano do ensino fundamental, foi encontrada uma mensalidade de R$ 409,00 no Colégio 7 de Setembro, que por coincidência foi justamente o colégio que estudei em praticamente toda a minha vida escolar.

As mensalidades escolares tiveram um reajuste médio em 2010 de 10% e de 7% em 2009. Assim, essa mensalidade de R$ 409,00 seria, em 2008, de R$ 342,33.

Segundo a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) mais de 40% da composição das mensalidades escolares correspondem a tributos. Já a Sieesp, sindicato que reúne escolas particulares no Estado de São Paulo, fala em valores até 46%. Não temos como conferir esses dados com uma fonte independente, mas considerando que a carga tributária do país é de 34% do PIB, não me surpreende se o número for realmente algo próximo a 40%.

Ou seja, dos R$342,33 cobrados pela escola, R$136,93 vão para o governo, e o custo da mensalidade sem a mordida do governo, é R$205,40.

Aqui também não incluímos os custos advindos da inadimplência dos país, custo que não existiria se houvesse um financiamento governamental.

Desse modo, o custo por ano do aluno numa escola do mais Alto Nível em Fortaleza, seria de R$ 2.464,80! O governo gasta R$ 2.761,00 para oferecer a sua precaríssima educação.

Podemos ver que não é por falta de dinheiro que a educação  pública é tão ruim. O que falta é competição.

Esse problema não é um privilégio brasileiro, veja o caso dos Estados Unidos. Essa linha azul mostra a variação no gasto em educação desde 1970 até hoje, ajustado pela inflação. O gasto com a educação triplicou em 30 anos, com os resultados escolares permanecendo estagnados.

(Clique na imagem para Ampliá-la.)

No último estudo da OCDE sobre a educação nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, os Estados Unidos teve resultado igual a média dos países desenvolvidos em matemática e Ciência, e um pouco acima da média em leitura.

Já a Nova Zelândia ocupa uma das melhores posições nesse Ranking.

REFERÊNCIAS:


por Bruno Aguiar.

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