domingo, 19 de junho de 2011

História do Dinheiro no Brasil.


Seqüências:
Real (plural: réis) - de 1500 a 8.out.1834
- Mil-réis - de 8.out.1834 a 1.nov.1942
- Conto de Réis (equivalente a um milhão de réis, ou 1.000 mil-réis)

Cruzeiro - de 1.nov.1942 a 13.fev.1967
Cruzeiro novo - de 13.fev.1967 a 15.mai.1970
Cruzeiro - de 15.mai.1970 a 28.fev.1986
Cruzado - de 28.fev.1986 a 15.jan.1989
Cruzado novo - de 15.jan.1989 a 15.mar.1990
Cruzeiro - de 15.mar.1990 a 1.ago.1993
Cruzeiro real - de 1.ago.1993 a 1.jul.1994
Real (plural: reais) - de 1.jul.1994 até atualmente


Síntese Histórica:

- REAL : nome da moeda que vigorou no Brasil desde o início da colonização (1500) até 1942.

- CRUZEIRO: criado no governo do presidente Getúlio Vargas, em 5 de outubro de 1942. Ao criar o Cruzeiro, o governo realizou o corte de zeros e estabeleceu que cada Cruzeiro equivaleria a mil réis.

- CRUZEIRO NOVO: entrou em circulação em 13 de fevereiro de 1967, durante o regime militar. Circulou até 14 de maio de 1970. Durante sua implantação, o Cruzeiro perdeu três zeros.

- CRUZEIRO: voltou em 15 de maio de 1970, sem corte de zeros.

- CRUZADO: entrou em circulação em 28 de fevereiro de 1986, durante o Plano Cruzado no governo de José Sarney. Houve o corte de três zeros em relação ao Cruzeiro.

- CRUZADO NOVO: novamente, em função da inflação elevada, houve a criação de uma nova moeda e o corte de três zeros em relação a moeda anterior. Entrou em circulação em 16 de janeiro de 1989.

- CRUZEIRO: em 16 de março de 1990, durante o primeiro ano do Governo de Fernando Collor, a moeda retomou o nome de Cruzeiro. Nesta mudança não ocorreu corte de zeros.

- CRUZEIRO REAL: já em preparação para o Plano Real, o governo de Itamar Franco criou o Cruzeiro Real que entrou em circulação em 1 de agosto de 1993. Houve o corte de três zeros.

- REAL: moeda que entrou em circulação em 1 de julho de 1994, durante o Plano Real, implementado no governo de Itamar Franco. Os brasileiros tiveram que trocar a moeda antiga pela nova (2.750 Cruzeiros Reais por 1 Real). O Real (R$) é a moeda em circulação até os dias de hoje.

Nomes das moedas que circularam no Brasil.

Moeda de 400 réis (1721).

Primeiro bilhete de banco, emitido pelo Banco do Brasil (1810).
Moedas de 1000 réis (1812).

 Moedas de 100 réis (1871).

Os 500 réis do Império do Brasil (1885).

 Os 1000 réis do Império do Brasil (1885)

Os 500 réis (1893-94).

 Os 500 réis (1901).

 Moedas de 1000 réis (1922).


Nota de 1 mil réis de 1925.
Nota de 2 mil réis de 1925.

 
Nota de 5 mil réis de 1925.

Nota de 10 mil réis de 1925 com a efígie do presidente Campos Sales.

Nota de 20 mil réis de 1925 com a efígie do marechal Deodoro da Fonseca. A nota contém dois carimbos retificando o valor de face para 20 cruzeiros após a reforma monetária de 1942.

 
 Nota de 50 mil réis de 1925.


Nota de 100 mil réis de 1925.

Nota de 200 mil réis de 1925.

 Moedas de 1000 réis (1931).

Moedas de 100 réis (1936)

Moedas de 400 réis com a efígie do doutor Oswaldo Cruz (1936).

Moedas de 200 réis com a efígie do visconde de Mauá (1937).

 Moedas de 1000 réis (1938).

 Moedas de 2000 réis (1938).

 Moedas 300 réis com efígie do compositor Carlos Gomes (1938).
Moedas de 2000 réis (1939).

 Moedas de 100 réis com a efígie de Getúlio Vargas (1940).

 Moedas de 300 réis com a efígie de Getúlio Vargas (1942).

CRUZEIRO (1942-1966). Notação gráfica Cr$

Com a crescente inflação, o já desgastado padrão mil-réis dá lugar ao novo dinheiro, o Cruzeiro, Já havia relatos de reforma do padrão herdado aos portugueses desde 1870. Em 1930 há ensaios monetários já com a denominação cruzeiro, mas com as sucessivas revoluções de 1930, com a tomada do poder por Getúlio Vargas, a Revolução Paulista de 1932 ,a Segunda Grande Guerra o ambiente político e econômico postergou a adoção do novo padrão até novembro de 1942.

Instituído o novo padrão, houve a divisão por mil do antigo mil-réis (..$000), ficando um mil réis a valer 1 cruzeiro (Cr$). Inicialmente foram reaproveitadas e recarimbadas com duas rosáceas diametralmente opostas, (com o valor em cruzeiros no seu interior) as cédulas do Tesouro no valor facial de 5$000/Cr$5, 10$000/Cr$100, 20$000/Cr$20, 50$000/Cr$50, 100$000/Cr$100, 200$000/Cr$200 e 500$000/Cr$500.

Foram também postas em circulação, sem carimbo de cruzeiro as cédulas de 1$000 do Banco do Brasil (conhecidas como “manolitas”) da série 279ª a 500ª, para circular como 1 cruzeiro. Obviamente, deve ter sido colocado em circulação apenas o que havia em estoque no Tesouro Nacional, daí a nota de R50$000/50Cruzeiros ser de outra família que as demais e tanto ela como a de 200$000/200Cruzeiros são tão raras pois o estoque delas era muito pequeno. As cédulas de 1.000$000 sempre foram escassas e não devia haver estoque algum delas, portanto, não foram reaproveitadas como 1000 cruzeiros. Em 1943 começam a circular as cédulas próprias da família dos cruzeiros, sendo as da 1ª estampa fabricadas pela American Bank Note Company, já tradicional fabricante de cédulas de réis e a partir de 1948 as da 2ª estampa, que são idênticas às da 1ª, só diferindo nas cores de cada valor. Como estas últimas foram fabricadas pela empresa Thomas De La Rue Company Ltd, inglesa, estas ficaram conhecidas como “inglesinhas”.

O padrão cruzeiro apresenta os valores de 1, 2, 5,10, 20, 50, 100, 1000, 5000 e 10000cruzeiros na 1ª estampa (ABNC) e 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200, 500, 1000 e 5000 cruzeiros na 2ª estampa(TLR). Não chegou a ser impresso o valor de 1 cruzeiro na 2ª estampa. O último valor, 10000 cruzeiros, não chegou a circular como cruzeiro, e sim apenas reaproveitado para cruzeiro novo. Há ainda a cédula de 5 cruzeiros da Casa da Moeda, 3ª estampa, emitida em 1961 e 1962.

Os catálogos relacionam 112 cédulas nesse período, mas seria mais adequado enxugar esse total. Explica-se: é coerente colecionar todas as cédulas reaproveitadas; é coerente colecionar todas as
autografadas de cada valor e também uma cédula de “valor recebido” e uma de “valor legal”de cada valor, evitando as cédulas que recebem outra numeração apenas pelas microchancelas, senão teríamos que colecionar todas as séries também e por outros detalhes menores. O que realmente diferencia as cédulas do cruzeiro são esse 3 detalhes: autografada, “valor recebido” e “valor legal”. As demais devem ser consideradas variedades. Guarde-se fôlego para poder investir mais
no período do Mil-Réis, que é muito mais rico em cédulas diferentes e difíceis.

Assim ficamos reduzidos a 8 cédulas reaproveitadas e 18 cédulas autografadas, 16 cédulas de valor recebido, 16 cédulas de valor legal na 1ª e 2ª estampa e a cédula da 3ª estampa(índio) num total de 59 cédulas diferentes do cruzeiro, em vez das 112 numeradas nos catálogos.

CRUZEIRO NOVO (1966-1970). Notação gráfica NCr$

Ocorre nova divisão por mil, na equivalência de NCr$1,00=Cr$1000,00. São reaproveitadas cédulas de 10, 50, 100, 500, 1000, 5000 e 10000, com carimbos, respectivamente de 1 centavo(0,01), 5, 10, 50centavos, 1, 5 e 10 cruzeiros novos. É o único período de nossa numismática em que as cédulas tiveram denominação de centavos, até então fração exclusiva das moedas.
Em 1972, as notas carimbadas foram desmonetizadas. Total de 8 cédulas diferentes.

CRUZEIRO (1970-1986). Notação gráfica Cr$

Volta a notação gráfica Cr$, as cédulas voltam a ser impressas pela Casa da Moeda, com um muito bom trabalho artístico e caprichada impressão, nos valores de 1, 5, 10, 50 e 100 cruzeiros, sendo a família aumentada progressivamente com os valores de 500, 1000, 5000, 10000, 50000e 100000 ao longo dos próximos anos, conforme a inflação se acelerava. 15 cédulas diferentes neste período.

CRUZADOS (1986-1989). Notação gráfica Cz$

O processo inflacionário obrigou a uma nova reforma, nova divisão por mil, criando os Cruzados. Utilizaram-se cédulas reaproveitadas de cruzeiro com carimbo circular de cruzados, nos valores de 10,50 e 100 cruzados e cédulas próprias de 10, 50, 100, 500,1000 e 10000 cruzados. (10 cédulas).

CRUZADOS NOVOS (1989-1990). Notação gráfica NCz$

Inflação sem controle provoca apenas 3 anos depois nova reforma, outra divisão por mil, criando os cruzados novos, NCz$, também reaproveitando cédulas anteriores com um carimbo desta vez triangular seguidas de cédulas próprias, num total de 7 cédulas.

CRUZEIROS (1990-1993). Notação gráfica Cr$

Aqui não houve reforma monetária, apenas a troca de denominação da moeda para o nosso já velho e conhecido cruzeiro, mantendo os valores anteriores. As cédulas de cruzados novos receberam carimbos retangulares de cruzeiros seguidas de cédulas próprias, que a inflação galopante se encarregou de aumentar de valor rapidamente, dos 100 cruzeiros iniciais para 500 000 cruzeiros em menos de 3 anos. Total de 14 cédulas no período.

CRUZEIROS REAIS (1993-1994). Notação gráfica CR$

Nova divisão por mil, carimbando-se as cédulas de 50000, 100000 e 500000 cruzeiros com um círculo aberto escrito cruzeiros reais, com o valor dentro; já não havia mais figuras geométricas a usar! As cédulas próprias vieram de 1000, 5000, pulando para 50000 em apenas um ano. Total de 6 cédulas.

REAL (1994 até os dias de hoje). Notação gráfica R$

Criado por decreto lei em 27 de maio de 1994, entrou em circulação em 1º de julho desse ano. O Plano Real foi o responsável por termos finalmente conseguido a estabilidade econômica em que estamos vivendo desde então. Durante o período do cruzeiro real criou-se um indicador chamado de URV (unidade real de valor), que fazia a paridade diária de uma URV com o cruzeiro real, que rapidamente se desvalorizava. Isso preparou psicologicamente a população e em 1º de julho de 1994, lançou-se o Real, na paridade de 1 Real=1URV. Na equivalência do dia anterior, 30 de junho, 1 URV=CR$2 750. Já temos 11 cédulas diferentes do Real, inicialmente as de 1, 5.10,50, e 100 reais, seguidas da cédula plástica de 10 reais, 1ª cédula comemorativa brasileira e nos valores mais recentes de 2 e 20 reais, que por enquanto encerram esta família.

Fontes:

Obrigado!

por Carlos R. Pioli.
 

3 comentários:

  1. Olá Carlos R. Pioli, obrigado por usar as imagens de moedas que eu produzi. Entretanto, venho pedi-lo para creditá-las à mim, como está requerido na licença de uso delas no Wikimedia Commons.

    Na forma atual, sem créditos, é uma infração de direitos autorais.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Como fui ignorado, solicitei por estes dias que o Google deletasse as imagens (era o que eu dizia no meu comentário anterior, que apaguei depois). Agora está tudo certo.

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