sábado, 6 de março de 2010

A Destruição de Dresden - David lrving

O mais devastador ataque aéreo da história da Segunda Guerra Mundial não foi o de Hiroshima, nem o de Nagasaki. Muito pior que os dois bombardeamentos juntos, foi o ataque terrorista desfechado contra Dresden no dia 13 de Fevereiro de 1945, uma cidade aberta, sem defesa antiaérea, que não apresentava objectivos militares, uma cidade com normalmente 650.000 habitantes, mas que naqueles dias fora invadida por aproximadamente 400.000 refugiados do leste europeu, em face ao avanço do Exército Vermelho, perfazendo uma população amontoada superior a um milhão de pessoas.

Trata-se, sem sombra de dúvida, do maior massacre de civis a que a humanidade já assistiu, em todos os tempos, ocorrido num período inferior a 48 horas


Os dados e informações transcritos a seguir foram extraídos do livro “A Destruição de Dresden”, do escritor inglês David lrving, que apresenta minuciosa descrição do ocorrido nos dias 13, 14 e 15 de Fevereiro de 1945.
Vamos examinar a Ordem do dia nº 47, emitida pelo chefe da polícia civil daquela cidade em 22 de Março de 1945 (mais de um mês depois dos ataques), para os comandantes da polícia e SS:


Ataque aéreo a Dresden – No propósito de desmentir fortes rumores, segue-se um breve resumo das conclusivas declarações do chefe de polícia de Dresden sobre os quatro ataques de 13, 14 e 15 de Fevereiro àquela cidade:


Relaciona, entre outras, a destruição de:


- 30 edifícios de bancos,
- 36 de seguradoras,
- 31 lojas de departamentos,
- 32 grandes hotéis,
- 25 grandes restaurantes,
- 75 edifícios municipais,
- 6 teatros,
- 18 cinemas,
- 647 locais de negócios,
- 2 museus,
- 19 igrejas,
- 6 capelas,
- 22 hospitais,
- 72 escolas,
- 5 consulados, incluindo os da Espanha e Suíça

Até o começo da tarde de 20 de Março de 1945, foram encontrados 202.040 corpos, principalmente de mulheres e crianças. Sendo que o total exacto de mortos deve subir a 250.000, somente 30% deles foram identificados. Só a polícia civil de Dresden teve 75 baixas e 276 desaparecidos, que devem ser, em sua maior parte, considerados mortos também. Como a remoção dos cadáveres não podia ser feita de modo suficientemente rápido, 68.650 foram incinerados e suas cinzas enterradas num cemitério. "Como os boatos excedem de muito a realidade, os mínimos dados podem ser usados livremente. As baixas e os danos foram bastante graves... O ataque foi particularmente danoso porque, sendo de grandes proporções, foi desferido no espaço de muito pouco tempo".


[assinado] Grosse
Coronel da Polícia Civil 

RELATO DE COMO FOI O MASSACRE


Quase 2.000 bombardeiros anglo-americanos participaram do planeado massacre, cujo primeiro ataque se iniciou dia 13 de Fevereiro de 1945 às 22:09h. Caíam bombas até 4.000 kg! "Este é um belo bombardeamento"; comentou o líder da formação na época. Como se tratava de uma cidade sem defesa antiaérea, as perdas foram mínimas, apenas um bombardeiro [causada por acidente].


Às 22:30hs toda a força do primeiro ataque estava rumando de volta à Inglaterra. Em Dresden a situação era de pavor. Era noite, o sistema de iluminação também tinha sido atingido e os mortos espalhavam-se pelos escombros... Foram mobilizadas forças auxiliares de toda a região próxima a Dresden, para tratar do atendimento a feridos e soterrados, apenas nas áreas onde se podiam aproximar, mais afastados dos terríveis incêndios causados por cerca de 400.000 bombas incendiárias. Quantos morreram sufocados e queimados, ninguém sabe dizer…


Enquanto os sobreviventes corriam, desesperados, pelas ruas, à procura de parentes e amigos, a força aérea do primeiro ataque cruzava, nos ares, com a segunda força de bombardeiros destinada também a Dresden e integrada por nada mais, nada menos que 529 Lancasters, aos quais fora dada a Ordem de Ataque para as 01:30h da madrugada, na mesma noite de 13 para 14 de Fevereiro de 1945.


INFORMAÇOES FALSAS PARA OS SOLDADOS ALIADOS


Conforme relatado posteriormente, por tripulantes desta missão, foi-lhes dito na Inglaterra: "Iriam atacar o Q.G do exército alemão em Dresden". Alguns tripulantes do 75º Esquadrão de bombardeiros da RAF relembram a descrição do local, pelos seus superiores, como a de uma cidade-fortaleza. Foram instruídos para atacar Dresden com a finalidade de "destruir as armas e os armazéns de abastecimento da Alemanha". Foi-lhes dado a entender que era um dos principais centros de abastecimento da frente oriental. Para o 1º grupo a ênfase foi dado à importância de Dresden como sector ferroviário e esse seria o seu alvo. A Informação preparada para o grupo canadense descrevia "Dresden como uma importante área industrial, produzindo motores eléctricos, instrumentos de precisão, produtos químicos e munições". Em poucos esquadrões os tripulantes foram prevenidos da presença de centenas de milhares de refugiados na cidade, abrigando cerca de 26.620 prisioneiros de guerra, localizados nos subúrbios. 

Os 529 bombardeiros do segundo ataque levavam – os primeiros, bombas altamente explosivas – de 2.000 kg cada, e os demais vinham com os mais diferentes tipos de bombas de destruição. O comandante de ala Le Good, um australiano, anotou antes do início do bombardeio: "Dresden. Limpo sobre o objectivo (sem nuvens), praticamente toda a cidade em chamas. Nenhuma defesa antiaérea".
Dresden estava indefesa e isso permitiu aos pilotos descerem da altitude operacional de 6.000 metros para apenas 2.000 metros. Um navegador, ao baixar para 2.000 metros olhou para Dresden, que ia novamente ser atacada, toda ela iluminada pelas violentas chamas e fumaça, declarou posteriormente que nunca tinha visto tamanha destruição.
Podiam-se observar as estradas e auto-estradas que levavam à cidade, cheias de movimento. Longas carroças com abastecimento e as brigadas de bombeiros chegando de outras cidades, para auxílio ao primeiro ataque. 

"Foi a primeira vez que lamentei os alemães", contou o tripulante de um Lancaster pertencente ao 635º Esquadrão da RAF. "Mas o meu pesar durou apenas alguns segundos, a tarefa era ferir o inimigo, e feri-lo muito duramente". Em seguida começou o segundo bombardeamento. Às 01:24h Dresden era, de ponta a ponta, um mar de fogo. "A cidade estava tão iluminada", escreveu depois um tripulante em seu diário, "que víamos tudo em volta do nosso avião e também os nossos próprios rastos de vapor". Outro cita que "pela primeira vez em muitas operações tive pena da população em terra". O navegador de outro avião do mesmo grupo escreveu: "Era hábito meu nunca deixar o assento, mas o meu comandante chamou para ir dar uma vista de olhos. O aspecto era realmente fantástico. Dresden era uma cidade com cada rua explodindo em fogo". "Estávamos tão aterrorizados com as chamas, que embora sozinhos sobre a cidade sobrevoamos guardando distância por muitos minutos, antes de empreender o caminho de regresso, completamente subjugados pelo que imaginávamos quanto ao horror que devia estar acontecendo lá em baixo. Trinta minutos depois de partir, ainda podíamos ver as chamas do fogaréu", lembra um piloto do 3º Grupo.

O segundo ataque havia terminado às 01:54h da madrugada do dia 14 de Fevereiro de 1945. Duas horas e 46 minutos depois desse segundo ataque, precisamente às 04:40h, na Inglaterra, foi iniciada a instrução final para o terceiro ataque, a ser efectuado por 450 B-17 Fortalezas Voadoras da USAF, contra a mesma cidade. Mais uma vez os bombardeiros pesados com capacidade máxima de carga, foram dirigidos para lá...
O quarto ataque, às 12:10h do dia 15 de Fevereiro, foi efectuado por nada mais, nada menos que 1.100 bombardeiros pesados norte-americanos... Dizem que numa determinada época, a própria Igreja Anglicana interpelou o governo inglês, na figura do primeiro ministro Churchill, sobre o que estava pretendendo com o extermínio, através dos bombardeios, da população civil alemã. Se estava procurando o ódio de todo o mundo contra esse acontecimento... A Igreja, inocentemente, imaginava que o resto do mundo estava a par dos estragos causados pelos bombardeamentos estratégicos ingleses e norte-americanos. Ela, pelo menos naquele momento, tinha esquecido que "existia" (e ainda existe) uma imprensa internacional aliada muito atenta a tudo, e que trataria de noticiar somente o que lhe fosse conveniente. 

O resumo final do massacre é mais ou menos o seguinte: não tinha sobrado gente suficiente para sepultar os mortos em valas comuns. Os cadáveres foram retirados dos escombros durante vários meses. Incineravam-se restos humanos em fogueiras. Corpos de milhares de pessoas desapareceram nas verdadeiras tempestades de fogo que se formavam em função da intensidade das explosões e bombas incendiárias. Havia falta de abrigos antiaéreos em Dresden. O número exacto de mortos nessa cidade é desconhecido, oscila em torno de 500.000 pessoas. Em Março de 1945, somente em valas comuns, tinham sido sepultadas mais de 300.000 pessoas.


Estatística dos bombardeamentos a Dresden:


População em 12.2.45 [um dia antes do 1º ataque]: 650.000 hab.
Refugiados: 400.000 hab.
População de Dresden em 1986: 510.000 hab.


Passados 41 anos, o saldo era de 140.000 hab. a menos, sem contar os refugiados! 

APENAS UM DETALHE:
NÃO HAVIAM MILITARES EM DRESDEN SOMENTE CIVIS!


IMAGENS DO BOMBARDEIO
 



Leia também:
Inacreditável - Dresden, um Holocausto real
Inacreditável - Homenagem às vítimas de Dresden por toda Alemanha
Inacreditável - Ecologicamente eliminado
Inacreditável - Dresden e Auschwitz

13 e 14 de Fevereiro de 1945 - O Verdadeiro Holocausto !!!





Nenhum comentário:

Postar um comentário